sexta-feira, 26 de abril de 2013

Bem vindos a era da Exclusão Digital


Onde esta a tão propagada as quatro cantos inclusão digital?
É de conhecimento geral da nação, que sem acesso a internet é dificílimo  para qualquer pessoa em nossos tempos realizar tarefas acadêmicas,  escolares ou de faculdade.
Até ai “morreu neves”.
Tudo muito simples, tudo muto belo. Pra que é filho da era digital, possui notebook, internet banda larga, smart phone, tablet e diabo a quatro.
Mas o brasileiro médio, aquele que um salário minimo, sustenta toda família. O que nossas bondosas instituições de ensinos, com seus doutores pós-phd, tem feito por eles.
Em toda faculdade que se preze, nossos sábios mestres formadores das mentes jovens, militam o discurso da era da informação, da necessidade de da pesquisa, pois, o mercado é competitivo e o mundo globalizou.
Mas e aí?
E o estudante aquele, que a duras penas completou o ensino médio em escola pública, e por um milagre de deus, passou em um vestibular, e hoje em dia vai e volta de ônibus da faculdade, pois não tem pai rico pra lhe carregar, será que pode se dar ao luxo de ter um computador em casa. Um notebook, então? Nem imaginar
Que será que ele escolhe, botar comida na mesa de sua mãe e irmãos, ou badalar na “facu” com “note” a tira colo.
Será relegado a salas de informática da universidade é claro. ok. Oferecer uma sala de informática é o minimo imaginável.
Mas se o pobre trabalha 8 horas por dia e estuda a noite, o que será do infeliz.  Será que o mestre doutor pós-phd, vai deixar que ele entregue um trabalho escrito a mão?
Não estou defendendo a queda do academicismo, das normas e praxes, mas sim, racionalizar os métodos. É inadmissível tratar igual desiguais, já que o acesso ao ensino, foi cotizado, e aí depois de entrar, esse aluno minoria, vira maioria?
Será que em algum momento “nossos deuses da sapiência” descerão de seu pedestal, para pensar que aquele aluno que mora em morro, que pega dois ônibus para ir pra faculdade, tem outras dificuldades mais urgentes que comprar um “note”, para fazer trabalhinhos, somente para exaltar o requintado conhecimento do mestre sobre as normas da ABNT, sobre qual o espaçamento correto entre linhas; se a citação, é apud, deve ser recuada, em fonte 10, ou sabe-se lá mais o que.
Pouquíssimo ou quase nada se tem feito, por esse aluno. Aquele para quem infelizmente a era virtual ainda não chegou, pois, em muitos casos nem cano de esgoto tem em sua rua, inimaginável pensar em cabo banda larga.
Larga é a vala que corre em frente as casas nos morros, vilas e barracos.
É nosso douto mestre! Lindo falar em era virtual, inclusão, mas infelizmente este afã de modernidade, mais uma vez, desequilibra a balança. Para o filho de papai, que chega de carro na “facu”, aplausos para seu apple novo.
Dormiu legal, esta bem alimentado, e para o pobre que trabalhou 40 horas na semana, chegou atrasado todos os dias na aula, e entregou o trabalho suado, que teve que fazer na casa do vizinho, bem vindo a era da exclusão digital.
Infelizmente no Brasil, canudo tem servido em muito para encher prateleira, criar projetinhos “caça-niquel”, mas pensar no social, ver o povo, usar o estudo para dar sua parcela de contribuição, ainda esta longe de acontecer.
Fácil dar de ombros e botar toda  a culpa no governo, mas e aí doutor, em grande parte dos casos, foi o governo que te proporcionou faculdade, mestrado e doutorado de graça, e “tu” que tá fazendo pelo povo pagador de impostos que pagou teus títulos?
E é assim que a inclusão digital acontece, com a exclusão real, e é o Zé Povinho, que apesar de todo esforço, continua padecendo.

autor: FSantanna.2013

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